Habitação e uso do espaço urbano
Segundo dados do Censo de 2000 de Ibge, da fundação Seade e de pesquisas feitas pela prefeitura de São Paulo no período 2000-2004, o município apresentava até aquele momento um déficit de aproximadamente 800 mil unidades habitacionais.
A desigualdade social é um dos maiores e mais evidentes problemas da cidade. Na fotografia, a favela de Paraisópolis em Vila Andrade e um dos edifícios de alto padrão da região nobre do Morumbi convivem lado a lado.
Isto equivaleria, segundo tais pesquisas, a aproximadamente três milhões de cidadãos sem acesso à habitação formal ou em habitações precárias: nestes números constam, a população de loteamentos clandestinos e irregulares e a população moradora de favelas e população moradora de cortiços.[59] Tal déficit equivaleria, segundo alguns autores, a aproximadamente um décimo de todo o déficit habitacional nacional (estimado em aproximadamente oito milhões de unidades). Em 2006, dos 1.522,986 km² do município de São Paulo, 31 km² eram ocupados por mais de duas mil favelas.Aliado ao problema do déficit habitacional está o fato de que, ainda segundo dados das pesquisas em distritos censitários do Ibge da fundação Seade, a cada ano as áreas centrais da cidade - correspondentes às regiões centrais tradicionais e aquelas ligadas ao já citado vetor sudoeste - apresentam uma taxa negativa de crescimento demográfico (de -5% entre 2000 e 2008).
Criminalidade A cidade de São Paulo ocupa a 493ª posição na lista das cidades mais violentas do Brasil. Entre as capitais, é a quarta menos violenta, registrando, em 2006, índices de homicídios superiores apenas aos de Boa Vista, Palmas e Natal.
A taxa de homicídios na capital paulista (23.7 )
também é substancialmente menor que a de outras metrópoles como Recife (90,9),
Curitiba (49,3) e Belo Horizonte (49,2) e inferior à do Rio de Janeiro (37,7).
Índices de criminalidade, como o homicídio, têm diminuído continuamente por 8 anos.
O número de assassinatos em 2007 foi 63% mais baixo do que em 1999.
Em uma pesquisa sobre o Índice de Homicídios na Adolescência , divulgada em 2009, São Paulo ficou no 151º lugar entre 267 cidades com mais de cem mil habitantes.
Em novembro de 2009, o Ministério da Justiça e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgaram uma pesquisa que apontou a São Paulo como a capital brasileira mais segura para jovens.
Rua Oscar Freire na região dos Jardins, eleita uma das 8 ruas mais luxuosas do planeta.
Edifícios comerciais na Marginal Pinheiros, na região da avenida Luís Carlos Berrini. Em destaque, o Centro Empresarial Nações Unidas, um dos maiores complexos empresariais da cidade.
Apesar de ser o centro financeiro do país, São Paulo apresenta também alto índice de negócios ligados à economia informal. Neste mesmo cenário, segundo dados de 2001 da prefeitura do município, cerca de um milhão de paulistanos vivia abaixo da linha de pobreza.Estrutura urbana Tecidos Urbanos
Variação de tecidos urbanos na região dos Jardins, distrito de Pinheiros: lado a lado, áreas verticalizadas e de casario baixo.
São Paulo possui uma miríade de tecidos urbanos.
Os núcleos originais da cidade apresentam-se verticalizados, caracterizados pela presença de edifícios comerciais e de serviços; e as periferias desenvolvem-se, de forma geral, com edificações de dois a quatro andares - embora tal generalização certamente encontre exceções no tecido da metrópole. Comparada a outras cidades globais (como as cidades-ilha de Nova Iorque e Hong Kong), porém, São Paulo é considerada uma cidade de "edifícios baixos". Seus maiores edifícios raramente atingem quarenta andares, e a média entre os edifícios residenciais é de vinte.
Todavia, é a terceira cidade no mundo em quantidade de prédios, de acordo com a página especializada em pesquisa de dados sobre edificações Emporis Buildings, além de possuir o maior arranha-céu do país, o Mirante do Vale, também conhecido como Palácio Zarzur Kogan, com 170 metros de altura.
São comuns as seguintes regiões, caracterizadas de acordo com seu tecido urbano:
- Casario composto por sobrados de classe média, recuados em relação ao lote, em bairros predominantemente residenciais ou comerciais.
- Periferias nas quais a legislação de ocupação do solo é menos respeitada, composta por sobrados ou residências térreas mas com densidade maior que o casario supracitado
- Bairros de classe média, normalmente localizados em um anel periférico imediatamente seguinte ao Centro da cidade, mas não tão distantes quanto as periferias extremas, ocupados por condomínios verticais (edifícios de apartamentos isolados em meio ao lote, contendo quase 50% de espaço livre e normalmente de acesso privativo).
- Regiões verticalizadas do Centro da cidade, variando bastante a relação entre a largura da rua e a altura dos edifícios.
- Novas regiões verticalizadas e com edifícios mais recuados e com maior presença do automóvel (como a Nova Faria Lima e a região da avenida Luís Carlos Berrini).
- Regiões de condomínios fechados horizontais, de acesso restrito.
- Regiões tradicionalmente caracterizadas como favelas.
Tal heterogeneidade de tecidos, porém, não é tão previsível quanto o modelo genérico pode fazer imaginar. Algumas regiões centrais da cidade passaram a concentrar indigentes, tráfico de drogas, comércio ambulante e prostituição, o que incentivou a criação de novas centralidades do ponto de vista socioeconômico. A caracterização de cada região da cidade também passou por várias mudanças ao longo do século XX. Com o deslocamento de indústrias para outras cidades ou estados, várias áreas que antes abrigavam galpões de fábricas transformaram-se em áreas comerciais ou mesmo residenciais.
As regiões que permanecem afastadas destas centralidades acabam, na maioria dos casos, servindo como bairros-dormitórios. Isto se deve ao processo de planejamento urbano da cidade ao longo do século XX, que manteve as áreas de habitação popular isoladas das centralidades principais do município. Pag 039 Ao crescimento demográfico estiveram associados processos de especulação imobiliária que aceleraram a ocupação de áreas periféricas com pouca infraestrutura, em alguns casos fomentados pelos próprios programas urbanísticos estatais de habitação popular. Nas últimas décadas, algumas famílias de baixa renda passaram a ocupar irregularmente regiões de mananciais. A cidade de São Paulo possui uma frota de aproximadamente 6 milhões de veículos. O congestionamento de veículos na cidade é recorrente, principalmente, mas não restrito, aos horários de pico. Desde 1996, a Prefeitura adota medidas paleativas para amenizar os problemas causados pelo trânsito, como a adoção do Rodízio Municipal, a restrição de estacionamentos (Zona Azul) e de circulação de caminhões e veículos de carga. O recorde de congestiomaneto da cidade foi o de 266 km, em março de 2008.